segunda-feira, 30 de abril de 2007

Beleza Perfeita

Fazia já um tempinho que eu não atualizava isso. Estava em semana de provas e meio sem tempo e também sem vontade. Mas essa semana normalizo as postagens.

Esse é um texto que apesar de estar em primeira pessoa, não aconteceu realmente. Eu me baseei em sonhos e em outras coisas também para escrevê-lo.


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Estava andando numa praia. Era deserta. O sol acabara de despontar no horizonte. Era muito bonito. As ondas quebravam calmamente na areia. O mar estava secando. Uma leve brisa soprava movimentando as poucas palmeiras que ali existiam. Tudo era tão calmo. Tudo parecia surreal. Uma nevoa cobria todo o céu. Parecia que só existia aquele lugar. Nada de casas. Nada de prédios, nem usinas. Nada. Só aquela calmaria. Só o barulho das ondas. Só a praia.

Continuei a andar sem rumo certo. A praia parecia não ter fim. E a paisagem não mudava. Tudo parecia igual. Mais a frente, avistei um ponto. Ele vinha em minha direção. No começo fiquei apenas parado. Mas à medida que vi que ia se aproximando, comecei a perceber que era uma pessoa. Comecei então a seguir em direção a ela. Mais alguns passos, e vi que era uma mulher. Seus cabelos longos voavam levemente e ela andava decididamente em minha direção.

Mais alguns passos e ficamos frente a frente. Tinha olhos e cabelos castanhos. Tinha uma beleza realmente incrível e alucinante. Fiquei maravilhado. Ficamos nos olhando por um tempo. Não saberia dizer se passaram segundos ou minutos nem horas. O tempo aqui parecia não existir. Então, do nada, ela abriu um enorme sorriso. Meu coração começou a bater mais forte: TUM! TUM! Como era lindo aquele sorriso. Era a coisa mais bela que eu já vira.

Comecei a sorrir pra ela também. Era impossível não corresponder aquele belo sorriso. Então, novamente do nada, ainda sorrindo, ela se jogou nos meus braços. Parecia cena de filme americano. Quando finalmente o casal se encontrava. Meu coração agora batia tão forte e tão rápido que em certo momento eu achava que ia explodir. TUM! TUM! TUM! TUM! Era uma sensação boa e agonizante ao mesmo tempo. Era tanta felicidade que chegava até a doer.

Tomamos banho de mar, corremos pela praia, rolamos na areia, nos beijamos, trocamos caricias. Não sei ao certo quanto tempo passamos fazendo isso. Como eu disse, o tempo parecia não existir. Mas isso não importava. O que importava mesmo é que eu nunca tinha estado tão feliz na minha vida. Parecia um sonho. E se realmente fosse um sonho eu não queria acordar mais nunca.
Depois ficamos apenas olhando um para o outro, deitados na areia. Nesse tempo todo que passamos juntos não trocamos nenhuma palavra. O que era mais surreal ainda. Ela ainda continuava dando aquele belo sorriso. E eu imaginava como podia existir algo tão belo.

Comecei a ouvir uma voz. Uma voz distante chamando pelo meu nome. Depois comecei a ouvir um “Toc!”, “Toc!”. Como se alguém batesse numa porta. Mas como poderia existir uma porta em uma praia? E cadê essa porta que eu não via?

Levantei-me e comecei a procurar pela voz. A Beleza Perfeita ainda jazia deitada na areia. Sorrindo. Que sorriso, eu tornava a pensar.
A voz continuava. Dessa vez mais forte ainda. Mais ainda soava estranha pra mim “... orda.” “... uldade” “...nino” “...ras”. Era só o que eu conseguia entender. Que diabos significa isso, eu me perguntava.

Tornei a olhar para Beleza Perfeita. Queria esquecer aquela voz. O que me importava mesmo estava ali na minha frente. Mas pra minha completa surpresa, ela agora começava a desaparecer. Eu comecei a gritar desesperado por seu nome, mas não saia voz nenhuma da minha boca. Tentei tocá-la, mas minhas mãos a ultrapassam. Parecia um fantasma. Mas ela não parecia triste. Não. Mesmo desaparecendo, ela mantinha o sorriso de sempre. O belo sorriso de sempre. E isso era mais assustador e desesperador ainda. Tentei tudo que eu podia tentar. Pegá-la. Chamá-la. Mas nada deu certo. Até que por fim ela desapareceu.

Comecei a chorar. Um choro silencioso. As lágrimas jorravam dos meus olhos. Parecia que o mundo tava se acabando. E realmente estava. Depois que parei de chorar, comecei a notar que agora o mar sumia. As palmeiras sumiam. A névoa que a principio estava lá em cima, agora parecia cobrir tudo. Eu não liguei. O que me importava não existia mais. Beleza perfeita foi embora. Então que vá a praia também. Que o mundo acabe. Nada interessa mais.

A voz tornava a voltar, mais forte do que nunca. E dessa vez eu pude ouvir claramente o que ela falava e a quem pertencia. “Acorda pra ir pra faculdade menino, já são 7 horas”. Era minha mãe falando. A praia tinha sumido, dando lugar pra uma brancura sem fim. E agora outro lugar começara a surgir. Era meu quarto.

No final era tudo um sonho. Apenas um sonho. Levantei da cama e fui começar meus afazeres. Agora era a hora de enfrentar a dura realidade sem Beleza Perfeita. Mas quem sabe a noite ela não volte. Afinal já sei onde procurá-la. E por algum tempo, por mínimo que seja, posso ter a felicidade tão desejada.

2 comentários:

Juli-Fox disse...

São parecidos e bem diferentes, uhauhauhauha Qual terá sido nossa inspiração??? kkkkkkkk a minha poesia foi feita em 2002! Faz tempo viu! kkkkkkkkkk Mas vou tentar colocar algo mais atualizado por lá, fiz 2 ontem =)
bjao

Daniel disse...

Me inspirei nos sonhos impossiveis sobre o amor. No periodo romantico heheh :)