terça-feira, 17 de abril de 2007

A Sereia da Lagoa Moon

Numa pequena cidade chamada Marina, tinha uma lenda sobre uma sereia que habitava uma lagoa chamada Moon. Rezava a lenda que elas seduziam os homens para usá-los como escravos no seu reino submarino. Nas noites de lua cheia ninguém da cidade chegava perto da lagoa, porque era o dia em que a sereia emergia das profundezas das águas. Diziam que ela era tão bela quanto mortal e que ficava deitada numa pedra cantando e admirando a lua, só esperando suas vitímas. E os infortunados que passavam por ali, eram atraidos pelo seu canto e levados embora. Geralmente esses, eram os viajantes que não sabiam da história.

Quando a lua cheia despontava na noite, o melhor local pra vizualizá-la era perto da lagoa. Era uma cena fantástica. Coisa do outro mundo. Parecia que a lua tinha descido dos céus para ficar ao lado da lagoa. E era por isso que ela tinha esse nome. Essas histórias geralmente eram contadas pelos mais velhos, que diziam que quando menores tinham sobrevivido ao canto sedutor da sereia. Até porque, nenhum dos jovens que ouvia a história tinha coragem de se aproximar da lagoa nos dias em que a sereia aparecia. Nenhum deles tinha vontade de virar escravo.

O dia da lua cheia havia chegado novamente. Marcos, um jovem comerciante que morava na cidade de Jirdur, foi incubido pelo seu pai de ir na cidade de Marina, vender umas pedras preciosas que eles tinham encontrado nas montanhas ao sul de Caravin. Eram as mais belas que eles já tinham visto, e com certeza valeriam muito dinheiro. Mas tinham que ser vendidas na cidade de Marina, porque era a cidade das pedras preciosas. E lá elas seriam mais valorizadas e por consequencia valeriam mais.

Marcos não sabia da lenda da sereia e por isso não tomou cuidado para não passar por perto da lagoa. A lagoa ficava perto da entrada da cidade que era bem afastada das casas. E tinha uma placa apontando sua direção. Como Marcos há muito estava sem água, resolveu ir na lagoa abastecer seu cantil.

Antes de chegar na lagoa propriamente dita, ele foi surpreendido pela beleza fantástica da visão da praticamente junção entre a lagoa e a lua que só aquele lugar podia proporcionar. “Como era belo”, ele pensava. Teria ficado por um bom tempo admirando aquela paisagem, mas logo em seguida foi novamente surpreendido. Por algo mais belo ainda. Pelo canto sedutor da sereia.

Começou a andar em direção daquela voz doce, suave e encantadora. Daquele canto em alguma lingua desconhecida, mas ainda sim muito bonita, sem saber que aquela seria a última vez que andaria naquele mundo. Não demorou muito para que ele chegasse as margens da lagoa e visse uma mulher deitada sobre uma pedra com um rabo de peixe. Ele conhecia as lendas sobre sereias, mas não conseguia ficar com medo. Não com aquele canto que trazia calmaria ao seu coração já condenado. “Se aquela paisagem era a bonita, aquela sereia conseguia ser 10 vezes mais”, ele pensava.

Quando chegou as margens da lagoa, ele ficou parado olhando a sereia. Admirando aquela beleza sobrenatural. A sereia que continuava cantando, começou a olhar para ele. Tinha um olhar mistico, penetrante e muito sedutor. Era impossível não se apaixonar. Era isso. Marcos estava apaixonado. Uma paixão que nunca tinha sentido na vida. Mas não era como das outras vezes que seu coração batia enlouquecidamente. Não. Seu coração estava mais calmo que o normal agora. E uma felicidade descomunal começava a inundá-lo. Marcos estava indo para as profundezas das águas, assim como inúmeros outros viajantes que desavidados sobre a lenda da sereia da lagoa Moon, eram seduzidos e levados embora. Seu corpo agora estava totalmente imerso, e ia sendo guiado pelo canto da sereia, que mergulhou na água logo depois de ver sua vitíma entrando na lagoa.

Marcos dava adeus ao seu mundo e aos seus parentes e amigos que tanto amava, e estava prestes a conhecer um outro mundo. Um mundo desconhecido e diferente do seu. Ele não tinha a menor noção do que ia acontecer quando chega-se lá. Mas na verdade, nada disso importava. Porque Marcos nunca tinha se sentido tão feliz em toda sua vida.

FIM

Um comentário:

Unknown disse...

Se fudeu o marcos... quer dizer, isso é meio relativo, na concepção dele ele deve ter se dado muito bem diante tamanha felicidade.

Mas bem feito, como que o cara na entrada da cidade vai encher uma porra de um cantil numa lagoa no meio da noite... so pra economizar a grana da água mineral na estalagem mais próxima. Sem falar que tava com uma grana da porra em pedras.

Valew Daniel, legal o conto!